segunda-feira, 28 de maio de 2012

SADOMAISOQUÊ?




Desculpem a demora!
Estava na justiça lutando para o C.U sair.
A Sociedade Protetora da Moral e Dos Bons Costumes tentou embargar.
Mas o juiz era fã do Conta Uma, então...

Vamos começar...

Olhe para qualquer homem ao seu redor.
Se ele for hetero, com certeza já foi a um prostíbulo, cabaré, zona, casa de tolerância, bordel, termas, casa de massagem, lupanar, privé ou simplesmente...Puteiro!

Se ele disser que nunca foi é mentira ou ele vai hoje ainda.
Existem três tipos de homens: Os que já foram, os que vão sempre e os que moram lá.

Dizem que a prostituição é a profissão mais antiga do mundo, mas eu nunca ouvi sequer um fundamento histórico ou antropológico que comprove essa lenda.
Antigamente os bordéis eram glamorosos e muito bem freqüentados. As cafetinas gozavam (?) de grande prestígio com os homens da alta sociedade e eram odiadas pelas mulheres defensoras da moral e dos bons costumes.
Nas últimas décadas, os prostíbulos cresceram mais rápidos que hamister em suruba.
Sem sacanagem, quer dizer, com sacanagem, hoje em dia existem mais puteiros que farmácias.
Ridiculamente disfarçados pelos mais bizarros e ridículos nomes.
O preferido: Whiskeria.

Whisky é a única coisa que não vende ali.

Na Whiskeria 666

- “Porra Pantera! Esse lenga lenga todo foi só pra começar a história?”
- É o meu prefácio.
- “A gente vai ou não vai.”

Os três amigos: Pantera, Patolino e Pilhado.

(Pantera é um dos meus apelidos. Um dia eu conto!)

Nunca tínhamos ido numa... Whiskeria.

Confesso que eu estava nervoso.
As mãos tremiam mais que mudo gaguejando em LIBRAS.

- Eu vou, claro!

Homem quando se junta sempre pensa em putaria.
Mas geralmente um fala uma merda, outro conta uma mentira, a gente finge que acredita e a noite acaba mesmo é em falácias, manguaça e risada.

Mas às vezes não.

Principalmente se no meio do grupo tiver um daqueles homens que não podem encontrar com os amigos porque a mulher não deixa.
Esses caras de relacionamentos claustrofóbicos... Xiiiiiiii
Quando conseguem uma alforria... Sai de baixo!
São os mais demoníacos e querem fazer tudo num dia só.
Pense nisso se você for uma dessas.

A mulher de Patolino era.

Só permitia que ele bebesse com os amigos quando Plutão e Urano se alinhavam no mesmo quadrante de gêmeos interligado com Andrômeda em noite de eclipse.
Se existe casamento aberto, o dele era trancado.
E a mulher dele andava com a chave nos dentes.

E o canalha parecia criança indo para Disney.

- “Vamos logo! Vamos logo!”

Partimos os três “garotos” para a famosa Whiskeria 666.

Na porta já nos deparamos com um suspeito cartaz:
“NOITE SADOMAZÔ”

- Não acho um uma boa idéia não!
- ‘Por que Pantera?”
- Quer que eu soletre sadomasoquismo para você? A última coisa que eu preciso hoje é apanhar de uma puta.

Pilhado empolgado:
- “Eles botam esses cartazes para chamar atenção, duvido que seja sério.”
- “Vambora!”

Toda..Whiskeria, tem sempre uma escadaria sinistra que acaba num balcão com uma mulher estranha e um segurança sinistro.

- Boa noite!

Ninguém respondeu. Simpáticos...

Abri a porta da entrada devagarzinho e escaneei o local.
Pouca luz, alguns homens babando e mulheres seminuas.
O cheiro no ar era de cigarro, cerveja, carpete e céquissu.
No meio da pista de dança, uma mulher com dotes físicos bem animadores dançava no pole dance.

Se Pole dance é esporte olímpico aquela mulher é medalha de ouro.

A performance era ao som de El Arbi, do Khaled.


Assim que entramos no recinto...

CLACK!

Surgiu do nada uma mulher  G.I. Joe que estava camuflada na parede vermelha e meteu uma algema no meu punho e no dela:

CLACK!

- “Tá preso gostosão!”

Lá você é gostoso, bonito e bem dotado.

Tentei argumentar...

- Moça, eu acabei de chegar...
 “Tá preso gostosão!”

- Pilhado, me aju...
- “Você ouviu a moça...Tá preso gostosão!”

E saiu rindo, cretinamente.

Por causa da temática sadomazô, a mulher estava de calcinha, boné, botas e luvas de couro.
Eu tenho mulherdecourofobia, mas segurei a onda..

- Olha, eu até gostei de você, mas eu ainda vou beber, conhecer o lugar, acho bom você procurar outro cara, porque eu não vou fazer nada agora...
- “Tudo bem, eu espero.”
- Vai ficar algemada comigo a noite toda?
- “Vou”

Contra o non sense não há argumento.

Fui sentar com Pilhado e Patolino arrastando a mulher como se fosse uma escrava.

Patolino além de tudo era sensível.
Em menos de quinze minutos já tinha se apaixonado loucamente e recitava Pablo Neruda para um puta.

A coisa ficou tão séria que Pilhado foi passar a mão na bunda da mulher, tomou um tapa dela e um esporro de Patolino.

- “Pantera! O mundo está maluco!”
- Eu que o diga.

Levantei o braço e mostrei a algema.

Começamos a fazer o que a gente fazia de melhor:
Beber.

Em lugares como...Whiskerias, a entrada de mulheres ou casais é completamente proibida, por motivos óbvios.

Portanto, quando um casal adentrou pela porta, todo mundo do lugar estranhou.

Depois ficamos sabendo que era um aniversário de casamento e a fantasia sexual da mulher do cara era vê-lo no palco transando com uma prostituta.
Por conta disso, ela pagou uma grana preta para entrar.

A Mulher Algema:
- “Essa, eu nunca tinha visto! E olha que eu já vi de tudo hein!

Alguém tinha rasgado o regulamento.

Enquanto isso, Patolino beijava a mulher igual final de novela.

Geralmente, prostitutas não beijam na boca. Quando beijam, é uma demonstração de que realmente gostou de você.

Patolino estava todo bobo.

Nitidamente, ignorando o fato de que a mesma tinha feito sexo oral com cem homens antes.

- “Ela acabou de chegar, é o seu primeiro dia!
- Claaaro!

Eu que não seria indelicado com o casal de MÃOS DADAS.

Patolino além de tudo era sensacionalista:
“- Vou casar com ela!”
- Casa sim, sua mãe vai adorá-la!

De alguma forma muito estranha, parecia que a mulher estava realmente apaixonada por ele também.

- “Pantera, é sério! A gente vai fugir daqui!”
- What?

Dei dois tapas na cara dele:
- Patolino, engole a porra da pílula vermelha e sai da Matrix. Você é casado! Faz o seguinte, primeiro você transa com ela e depois a gente conversa.

O homem só é puro e verdadeiro, momentos após o orgasmo.

- “POR FAVOR CABELINHO, SUA ATITUDE É INADEQUADA PARA O LOCAL, SOSSEGA!”

O DJ falou alto para caramba no microfone.

Cabelinho + Atitude inadequada = Pilhado

Enquanto o marido sortudo tentava transar com uma prostituta no palco, o desgraçado do Pilhado foi lá e num pegou a mulher dele?

Resultado: O cara broxou, ficou puto e rolou maior confusão.

- Porra Pilhado! Duzentas mulheres e você vai pegar a única casada em plena fantasia erótica de aniversário de casamento.
- “Sabe o que é engraçado Pantera?”
- O que?
- “Você ainda está algemado.”

Arrastamos ele para fora da discussão e o jogamos no braço da primeira piranha maluca que passou.
- “Cuida dele pra mim, Shirley!”

E subimos todos para os quartos.

No meio daquela coisa toda, começo a ouvir no corredor uma tosse ininterrupta, tuberculótica e assustadora.

A “Noiva” de Patolino não parava de tossir.

Imagina a cena:
Seu amigo pelado, no corredor do puteiro, dando vários tapas nas costas da prostituta entalada com alguma coisa.
Ela parecia que tinha engolido um Gremilins.

Tão sério que as colegas levaram a mulher para o hospital.

- “Eu vou com elas!”

Agarrei o filho de proxeneta pela orelha:
- Vai com elas porra nenhuma! Trate de me esperar no balcão.
- Sabe o que é curioso?
- O que?
- “Por que você ainda está de algema?”

A “Filha da Própria” perdeu a chavinha de destranque.
Da mão dela saiu, mas a algema ainda ficou presa no meu pulso.

Dez minutos depois Patolino bate desesperado na minha porta:

-“Pantera! Pantera! Pantera!”

Nem com tesão de dezesseis gorilas é possível se concentrar desse jeito.

- “Tá dando merda com Pilhado lá embaixo.”

Hoje em dia todas as Whiskerias da cidade tem uma foto de Pilhado na porta escrito: Persona non grata!

Teletransportei-me para a portaria na qual um “mugunzá” estava formado.

Pilhado cercado por três seguranças do tamanho de uma pilastra, o DJ, o Dono, o garçom e Shirley furiosa com o cabelo todo para cima enrolada na toalha e dedo em riste.

“Esse cara é um pervertido!”
“Ela que é maluca!”
“Ele me bateu!”
“Ela me bateu primeiro!”

Eu nunca descobri realmente que tipo de perversão doentia Pilhado propôs a mulher, o pouco que eu entendi, parece que em algum momento a mulher foi dar um tapinha na cara do Pilhado e ele, com a sutileza de um Paquiderme, revidou igual “ Conan, o Bárbaro.”

Analisei por dois segundos a situação de resgate.
O Ultimate Fighting Championship ia ser massacrante.
Um dos seguranças era tão grande que o indicador dele devia ser do tamanho do meu pênis.

Então, respirei fundo e tive que fazer o que qualquer homem corajoso faria por um amigo.

Implorei.

- Gente, por favor, perdoa meu amigo, ele não é muito bom da cabeça, saiu do hospital hoje!

Voei em cima de Pilhado, agarrei pelo cabelo e fomos saindo os três de fininho nos desculpando com a Legião do mal.

Conseguimos sair ilesos com todos os ossos intactos.

- Porra Pilhado! Seu psicopata!
- “Mas num era noite Sadomazô? Eu achei que ela estava curtindo.”

Curtindo igual o Holyfield quando perdeu metade da orelha para o Mike Tyson

- “Sabe o que é mais estranho Pantera?”
- O que?
- “Você ainda está de algemas.”


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domingo, 20 de maio de 2012

Flatos Reais




- Seria muito azar se alguém entrasse agora...”

O prédio onde moro é novo e ainda possui vários apartamentos vazios.
Encontrar algum vizinho no elevador às 6:45 da manhã é mais raro que avistar filhote de pombo.

Eu não sou desses homens Vikings que arrotam e peidam o tempo todo.
Sabe, esses caras que batem na barriga, se sacodem e gargalham com o som da própria flatulência?
Arrotam e assopram, deixando na atmosfera aquele cheiro de Yakult com bife de fígado, saca?

Apesar de que, em se tratando de arroto, não poderia deixar de mencionar sobre uma amiga minha, que tem mais de uma letra A no nome.
Chamaremos de... Mulher Godzilla.

Mermão...

Mulher Godzilla quando arrota, bate 5,5 na Escala Richter.
Uma vez ela arrotou, sem querer, na cara de uma criança e a coitadinha ficou muda e grisalha na mesma hora.
Ela vira a cabeça estilo exorcista e manda um som tipo Chebacca.
Mulher Godzilla arrota alto para caralho.
Pessoa doente.

Enfim, voltando ao assunto, não sou esse tipo de ser humano.

Mas é óbvio que eu peido e arroto de vez em quando.

Como nesse dia em questão.

Indo trabalhar, assim que eu entrei no elevador bateu aquela cólica.

O cérebro avisou:
“Fica tranqüilo que é apenas um pum inofensivo.”

Mas pum no elevador é sempre arriscado, vai que entra algum vizinho.

Eu moro no oitavo andar, até o térreo são poucos andares.

Como disse anteriormente, nunca entra ninguém.

Ok!
Relaxei o esfíncter e deixei o gás sair de dentro de mim.

Saca bola de aniversário quando você esvazia soltando devagarzinho o ar apertando o bico com os polegares e os indicadores?

Fiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu!

Dei aquele sorriso “Para nossa alegria!” e a paz reinou.

Foi só aí que olhei de relance para o painel do elevador:

NONO ANDAR

Ah! Não...Estava subindo.

O “cheiro”, tal qual uma granada de gás lacrimogêneo, demorou alguns segundos para fazer efeito.

Mas quando fez..

Contaminou tudo!
O fedor estuprou minhas narinas e fez meus olhos se encherem de lagrimas.
Era um cheiro de fossa, ovo podre e churume.
Como se eu tivesse espancado um mendigo com um urubu.
Alguma coisa das minhas vidas passadas saiu junto com aquele peido. Uma coisa muito ruim.
Fiquei um pouco triste por saber que algo tão abominável poderia sair de dentro de mim.

DÉCIMO ANDAR.

Comecei a assoprar e bater os braços numa tentativa estúpida e ridícula de fazer o fedor desaparecer.

Parecia uma galinha de macumba numa rave.

DÉCIMO PRIMEIRO.

Puta que pariu...

Por pura influência da lei de Murphy, era o pior pum que eu havia expelido em toda a história da minha vida.

DÉCIMO SEGUNDO.

Eu mesmo estava com náusea e um pouco tonto.

Continuava batendo os braços como um esquizofrênico fugindo de uma abelha gigante invisível.

DÉCIMO TERCEIRO.

Foda-se! Vou fazer o que qualquer homem honrado faria.
Descer no próximo andar e fugir pela escada correndo.

Apertei o 14º em cima do laço.

BUM!  O elevador deu aquela freada, saca?

DÉCIMO QUARTO

Fechei os olhos e rezei como faziam aqueles pobres diabos no programa “Porta da Esperança”, do finado Silvio Santos.

(Finado não, porque o Silvio Santos ainda está vivo, ato falho!)

Não sou Chico Xavier, mas mesmo de olhos fechados percebi que tinha alguém ali do lado de fora esperando para entrar.

A porta foi abrindo junto com o meu olho.

Meu plano de fuga havia fracassado, havia mesmo uma silhueta

Ainda tentei impedir que a porta abrisse com o meu poder de Magneto.
Não tenho esse poder. Odeio isso!

De repente, revela-se uma mulher esplêndida na minha frente.

De cabelo Malu Mader, boca Julia Roberts e olhar da Doris Giesse.
Saia preta, blusa em tons de cinza, cachecol vinho, sapato alto vinho, meia calça e pasta preta.

Mas eu só percebi isso tudo depois.

- “Bom dia!”

(Bom dia, senhorita! Olha só, não entra aqui não, porque eu acabei de dar a luz ao Macunaíma.)

-Bom dia!

Fui para o fundo do elevador e baixei a cabeça cheio de medo e vergonha como quem toma um esporro de Hitler.

Ela se posicionou em minha diagonal, igual um bispo no xadrez.
Cheque.

O cheiro do peido parecia uma maldição no ar.
Ela coçou o nariz disfarçadamente.

Eu estava suando.

Com o mesmo dedo que coçou, ela deixou sob o nariz.
Como se estivesse pensando em algo.

Devia estar pensando que eu comi uma hiena no café da manhã.

Cheque mate.

O silêncio escorria pelas paredes e apontava para o meu rabo.

Toda vez que encontro um vizinho novo, o papo é sempre o mesmo:
- “E aí, está gostando de morar aqui?
- “A rua é sossegada, né?”
- “Essa construtora é uma vergonha!”

Para a mulher não achar que eu sou um porco troglodita, tentei contornar a situação mostrando educação e gentileza.
- Você é nova aqui, né? E aí? Está gostando?

(“Quando um filho da puta não unta o elevador de merda o prédio é ótimo!”)

- “Ainda não sei, me mudei ontem.”
- Hummmmm.

Silêncio e enxofre no ar.

NONO ANDAR

Era impressão minha ou o elevador resolveu andar em slow motion só para me punir.

OITAVO ANDAR

Devia ter voltado para casa, tomado um banho e esquecido aquilo.

O elevador parou no meu andar.

A porta foi abrindo devagarzinho, fora do normal.

O filho da puta do elevador estava pifando.

Não, não, não...

Entrou minha vizinha com a filha pequena com touca de natação.

Só pode ser sacanagem, marcaram assembléia no elevador nesse dia.

E criança é foda, né?
Não tem papas na língua:
- “Hummmmmmmmmm...Mãe alguém peidou!”

Não acredito que a menina disse isso.

- “Que isso filha! Que coisa feia!”

A menina apertava o nariz com força, ria e olhava para mim.

Tinha uma placa no meu peito: Fui eu!
As mãos amarelas.

Para disfarçar dei uma de João sem Braço:
- Está um cheiro ruim mesmo, quando eu entrei percebi.

A Cabelo de Malu Mader olhou para minha cara assim...

A menininha era mal educada:
- “Então foi ela!”
-“Filha, olha o respeito!”
- “Ué mãe! Mas alguém soltou pum.”
- “Fica quieta!”

E o elevador desgraçado que estava parado esse tempo todo.

Não, sério...Inacreditável.

- “Parou?”
- Parou.

Apertei o alarme e o meu porteiro, que é uma comédia respondeu?
- “Pois não o que deseja?”

(Eu quero dois hambúrgueres, alface, queijo, molho especial, cebola, picles e um pão com gergelim!)

- Fernando, estamos presos!
- “De novo!?”

O elevador que não tem nem um ano já apresenta defeito.
- “Essa construtora é uma vergonha!”

Fernando fez alguma magia lá da portaria que o bicho voltou a andar.

Aproveitei a deixa:

- É brincadeira, né? Estou para conhecer construtora mais incompetente.
Esse fedor deve ser do compactador de lixo que eles também fizeram errado.

A mãe da menina foi complacente:
- “A é! Com certeza!”

Cabelo de Malu Mader olhou de novo para mim assim.

E a menininha não parava:
- “Mas num parece cheiro de lixo, parece cheiro de pum mesmo!”

Procurei uma catapulta de criança, mas estava sem.

Fiz um chamego na cabeça da menina.
- Hahahaha...Você tem razão, parece mesmo!

Todos riram.

Menos Cabelo de Malu Mader que não saiu da mesma posição hora alguma.
Com o cotovelo em cima do punho e a mão fechada embaixo do nariz.

TÉRREO

Cabelo de Malu Mader saiu na frente trotando no sapato alto.

Só aí deu para sentir o perfume dela.

A menininha olhou para minha cara e mandou em silêncio:
- “Foi ela, né?!”

Se a culpa é minha eu coloco em quem quiser.

Cretinamente fiz que sim com cabeça.

A garota deu uma gargalhada gostosa de criança, saca?

Cabelo de Malu Mader se ligou e olhou para trás séria.

A mãe deu uma beliscada na garota.

Falou baixinho para mim em tom de cumplicidade.
- “Antipática a moça, né?”
- Antipática e porca.

Rimos.


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segunda-feira, 14 de maio de 2012

Minha Mãe



Eu não sou chato de lançar um “Conta Uma” nas vésperas do dia das mães com a internet lotada de temas, textos e fotos sobre o assunto.

Passado a data, agora sim, vou meter a mãe no meio!

Se a mãe do Paulo Gustavo é uma peça, a minha é um "Conta Uma".

Tenho muito orgulho dela.
Ela me salvou de todos os jeitos que se pode salvar uma pessoa.
Além de me educar, esculpir meu caráter e me ensinar lições de amizade e lealdade.... me deu humor materno.

Lá em casa a gente sempre riu muito de tudo.
Dizem que rir de tudo é desespero.
Mentira, chorar que é!
Rir, com certeza ainda é o melhor remédio e não há nada nem ninguém que me faça pensar o contrário.

Minha mãe...Como poderia definir...É um personagem!

Tenho milhares de histórias para contar sobre ela, mas agora, vou deixar vocês sentirem um gostinho do que ela já aprontou...

- “Minha filha! O que é isso no seu rosto?”

Minha irmã chegou em casa com o rosto machucado.

- “Eu caí no elevador.”

Se tem uma coisa que minha mãe me ensinou é que:
- “Aquele que mente é capaz de tudo, até de uma boa ação!”

- “Caiu no elevador?”

Mas se você precisar mentir respeite a inteligência do outro.

- “Vou perguntar de novo, o que foi isso no seu rosto?”
- “É...Foi Danielzinho que me bateu.”

Danielzinho era um desses moleques que os pais deixam fazer o que querem e não impõem limites nunca.
Quebrava o prédio todo, desrespeitava funcionários, era um caos.

Minha mãe não gostava dele.
É feio falar mal de criança, né?

Na mesma hora ela caçou Danielzinho pelo prédio e o arrastou pelos corredores puxando pela orelha.

Nos dias de hoje ela seria presa.

- “Me solta! Você vai ver só, o meu pai vai te pegar!”
- Mas é com ele mesmo que eu quero falar!”

Eu tentei intervir.

- Mãe, deixa isso para lá!

Geralmente era eu que defendia minha irmã.
Já saí muito na porrada por causa dela.
Mas dessa vez não estava muito a fim.

Um dos motivos era que o pai de Danielzinho era faixa preta e 3º Dan de Jiu Jitsu.
Professor de academia.

- Mãe, deixa isso para lá! Você vai arrumar encrenca com Seu Daniel.
- “Meu pai era homem, meu irmão era homem e eu tive um filho homem. Não tenho medo de homem!”

Um argumento totalmente desprovido de coerência.

Ela tocou a campainha do vizinho com o moleque ainda seguro pela orelha.

Seu Daniel abriu a porta.

Eu me encolhi na curva da escada e engoli um paralelepípedo.

- “Bom dia, Daniel! Está aqui o seu filho! Ele aprontou mais uma vez. Ou o senhor dá educação a ele ou darei eu!”

(Olha a marra!)

- “Solange, você é uma abusada, eu não sei como...
- “Cale a boca!”

Ladies e Gentlemans, deste lado, pesando 300kg e com sete metros de altura, representando o maravilhoso Jiu Jitsu brasileiro:
Daniel Esmaga Mães!

Do outro, pesando 50 kg e medindo um metro e cinqüenta e oito representando as mães loucas:
Solange Deixa o Filho Órfão!

Quando ela mandou o “cala a boca!”, fechei os olhos e esperei a cabeça dela voar nos meus braços.

Mas ela continuou com o dedo na cara do homenzarrão.

- “Me admira o senhor, um homem que ensina disciplina para um monte de marmanjos, não conseguir ter pulso para educar o próprio filho.”
- “A senhora me respei..”
- “Passar bem!”

Virou as costas encerrando a discussão.
Deixando Seu Daniel, Dona Daniel e Danielzinho imóveis e mudos.

Só bateram a porta com força:
BUM!

Cheguei até a urinar nas calças.
Não acreditava que minha mãe tinha escapado ilesa.
Só a Dona Daniel que nem abriu a boca, era duas vezes maior que ela.

- Mãe...
-“Fica quieto você também!”

Dois meses depois a família de Danielzinho se mudou.

Mas tirando isso, a gente se dava super bem com a maioria dos vizinhos,

Com um, em especial, minha mãe mantinha uma amizade de anos.
Seu Diózio, um senhor de idade, casado e muito simpático

Ele adoeceu. Coisa chata...

Um tempo depois, estamos entrando no elevador quando o ascensorista Hercílio nos dá o recado:
- “Dona Solange, Dona Doralice queria muito falar com a senhora.”

Doralice esposa do Diózio.

(Eu não inventei os nomes)

Eles moravam no sexto andar em frente ao elevador, quando a porta abriu, Dona Doralice estava parada na frente.

- “Solange minha filha, Diózio queria muito lhe ver.”
- “Onde é que ele está?”
- “Lá no quarto!”

Sabendo que ele andava muito deprimido com a doença, sem querer levantar da cama, mamãe já foi entrando na casa pulando, batendo palma e falando alto.

- “Olá! Vamos levantar! Não quero ver ninguém triste! Quero ver alegria! Quero ver um sorriso nesse rosto!”

Tentando dar uma injeção de ânimo no pobre amigo enfermo.

Chegou abrindo a cortina botando um pouco de luz na casa escura.

- “Que cara é essa Diózio?”

Dona Doralice põe a mão no ombro de mamãe e manda a bomba:
- “Solange...Ele faleceu!”

Imagina a cara de sem graça da minha mãe?

Apesar do momento triste, eu tive que segurar todos os nervos do corpo para não cair na gargalhada.

Mico histórico!

Mas tudo bem, Seu Diózio deve ter entendido.

Quem não entendia nada era Almerita, nossa vizinha de porta.
Aliciava-me desde quando eu era criança.
Pedia secretamente para que eu tirasse com a pinça os seus pelos pubianos em troca de balas de tamarindo.

Foi a primeira vagina que eu olhei nos olhos.

E foi também a primeira vez que eu chupei...
Balas de tamarindo!
Odiava essas balas, mas o resto era interessante.
Travessura de criança.

Nos dias de hoje ela seria presa.

Almerita era paranóica, vivia reclamando da vida, tinha mania de perseguição, morria de medo de macumba e dizia que passava fome.
Minha mãe, sempre solidária, dava ouvidos, atenção e almoço.

Um dia eu fui matar uma barata na casa dela e reparei que a cozinha estava repleta de comida.

Mamãe ficou furiosa.

- “Quer dizer que a filha da puta esconde comida, né?”

Ligou para uns amigos gays dela convocando a corja.

- “Vamos aprontar uma com Almerita?”

As bichas apareceram lá em casa igual Shazan.

- “Qual é o badado?”

Prepara uma macumba aí.

Pegaram guimbas de cigarro, um pratinho de farofa, uma casco de cerveja, uma vela e botaram na porta da Almerita.
Bateram e saíram correndo igual crianças.

De dentro de casa a gente ouviu os gritos, deu dois minutos:

 - “Sol, pelo amor de Deus! Olha como eu estou tremendo!”
- “O que houve mulher?”
- “Fizeram macumba para mim!”

Minha mãe era atriz de teatro:
- “Xiiiiii...Almerita! Isso está me cheirando a coisa braba! Para quebrar isso só fazendo trabalho para Mariazinha do Coqueiro.
- “E como é que a gente faz isso?”
- “Você deu sorte porque estou com uma Mãe de santo bem aqui em casa.

De repente, me aparece uma das bichas montada de Mãe de santo.
Pegou uma toalha de renda, um colar e um vestido.
Bicha, sabe como é, né? Você dá um guardanapo e uma banana ela vira Carmem Miranda.

E eram todos atores de teatro, então você imagina.

Eu sentado na platéia com a almofada na garganta para não rir.

- “Iáááááá! Ha Ha!”
- Ô Dona Fafá Gal! Salve quem chega! Como é que a gente pode desfazer esse trabalho?”

(Dona Fafá Gal foi foda!)

A bicha mais escrota do planeta:
- “Ichi! Para se livrá dixo, Xunxê prexiza tomar banho de calda de pêssego.”
- “Eu tenho, vou buscar!”


(Almerita além de tudo era idiota! Se mandasse passar acetona nos dentes para tirar o esmalte ela acreditava.)

A maluca da mulher corre em casa e me aparece com um vidro inteiro de calda de pêssego.

Pegaram a mulher, deram um banho de calda da cabeça aos pés e a deixaram secando na minha varanda rezando o pai nosso.

Enquanto isso foram lá e comeram tudo que a mulher tinha escondido.

Gente, a imagem da mulher coberta de doce...

- “E agora Dona Fafá Gal?”

Todo mundo com a boca cheia.

- “Agora você dorme assim e só toma banho amanhã que o trabalho vai ser desfeito.”

E ela obedeceu.

Nunca mais bateu lá em casa para pedir comida.

Como eu prometi para vocês...

Mamãe, te amo!


Nota: Tem botãozinho para divulgar no Twitter e no Face, lá em cima. 
É só apertar.
Quem não compartilhar vou mandar Dona Solange atrás!

terça-feira, 8 de maio de 2012

A Mulher Voadora


- Angelo! Chama aquelas garotas para dançarem com a gente!”

Dei uma olhada...

- Não vou lá nem fudendo, Bunitu!

Abordar uma mulher sozinha é o mais correto.
A mulher quando está só, tende a ser mais autêntica, mais sincera e menos preocupada com o que os outros pensam.
Se você for um cara legal, tem grande chance.

Quando você aborda duas mulheres, precisa equilibrar as atenções, porque se uma não gostar de você, meu amigo...Vai te atrapalhar até o fim.

Entrar no meio de três mulheres é complicado.
Tem que ser foda!

Agora, se elas estiverem em um grupo de quatro... Fudeu!
As mulheres em grupo podem se juntar e te matar igual uma colméia de abelhas africanas.
E você nem vai sentir o cheiro do mel.

Só que eram cinco mulheres alegres dançando na pista.
Cinco!

Invadir sozinho um bando de cinco mulheres é suicídio.
Nem leão encara.

- Vai lá você, Bunitu, você num é o James Dean?!

Já falei de Bunitu aqui quando contei a história da “Mulher Pernão”

O filho da puta era bonito mesmo.
Fazia a linha Fábio Assunção, saca?
Era até bom de papo, mas nunca abordava as mulheres.
Elas que vinham hipnotizadas pelo seu belo par de olhos azuis.
Por conta disso, acabou se acomodando e perdendo o jeito.
Acostumou-se a sentar para comer com a mesa já posta.

Como eu nunca tive essa beleza toda, muito menos olho azul, precisava sempre me esforçar para ser interessante.
Jogava charme, contava piada, fazia mágica, cuspia fogo e claro...
Dançava!
- “Porra Angelo! Mas não é você que é o dançarino?”
- Dançarino o caramba! Está achando que eu sou o Fred Astaire? Essa porra não é nenhum musical não, Bunitu!
-“Equipe Brother”, Angelo! Faz o seu que eu faço o meu.”

O meu era arriscar a pele e a dignidade.
O dele era fazer pose de galã.

Hoje em dia qualquer idiota se enche de anabolizante, bota uma camisa apertada e fica parado na boate esperando as mulheres chuparem o braço dele.
Na minha época não existia esse negócio de homem bomba.
Braço forte só o Arnold Schwarzenegger e perna grossa, só jogador de futebol.
E numa boate, alguma hora você precisava se arriscar na pista de dança.
Pelo menos um pouquinho.
Tinha aquela coisa sensual dos movimentos...Da sedução e tal.

Eu dançava igual o Michael Jackson.
Não com o mesmo talento, mas com a mesma vontade.

Em contrapartida, Bunitu tinha o swingue de um escafandro.
Sem ritmo, sem molejo, sem estilo.
Uma pilastra!

O máximo que ele fazia era jogar o cabelo para lá e para cá.
Exalando pelo recinto o seu famoso shampoo de tesão de vaca.
- “Vai lá, Angelo!

Virei num gole só o restinho do segundo copo de Blue Kamikase.

- Tá bommmm!

Vamos lá então.

Escolher a presa mais frágil, separar do grupo e dar o bote.
É assim que os predadores fazem com as gazelas ...

Mas mulheres não são gazelas!
Nem sempre a que está mais quieta e encolhida no canto é a frágil.
Pode estar só com TPM.
E ninguém quer mexer com um mulher na TPM, não é mesmo?
Elas podem ser tão cruéis...

- Dançando e se aproximando...

No meio das cinco tinha uma loira que era a mais bonita, a que mais sorria e a que mais dançava.

Loira é kriptonita de preto.
Existem dois mitos sobre as loiras:
Um, diz que elas são as mais burras; o outro, que elas são as mais bonitas.
Eu vi uma pesquisa que dizia que no mercado de trabalho as loiras chegam a ganhar até 7% a mais do que as morenas.
Interessante, não?
É o machismo vencendo o preconceito.

- Contrariando meus instintos de predador cauteloso e com dois copos duplos de auto estima na cabeça, escolhi a Loira mesmo.
 A mulher que com certeza me daria mais trabalho.

O “não” eu já tinha, o que "sim" era lucro!

Se eu estiver enganado me avisem, mas dançar é a forma mais rápida de ganhar intimidade com uma pessoa.
Você toca, aperta, segura, cheira, sua, esfrega, conduz, roda, roça.
Às vezes sem precisar abrir a boca.

E foi isso que eu fiz!
Esperei a “deixa” do DJ e cheguei dançando.
Rodando igual o Diabo da Tasmânia.
Roubei a mulher do grupo que ninguém nem viu.

Por sorte, a Loira foi na minha onda.

- “Você dança bem, cara!”
- Obrigado, você também!

Mais uns passos para lá, uma agarrada para cá...

- É...Então...Eu estou com o meu amigo ali...
- “Aquele de olho azul?”

(O olho do desgraçado brilhava no escuro, não sei como!)

- Ele mesmo! Vocês querem fazer companhia para a gente?
- “Bem, nós somos cinco. Chama ele para cá!”

Ela mandou uma mãozinha “vem cá” para o Bunitu.

Do jeito que ele mais gostava.
Eu quebrava o gelo e ele vinha com a bebida.

Pronto.

As cinco meninas eram ótimas!
Estava difícil de escolher.
A gente sabe que quem escolhe mesmo é a mulher, mas gostamos de fingir.
É difícil você se concentrar em uma mulher no meio de cinco.

Se eu jogar uma maça você pega. Mas se eu jogar cinco maças de uma vez, você se atrapalha e não pega nenhuma.

Por experiência, eu e Bunitu tínhamos uma regra:
“Cada um com o seu par e não vale trocar!”

Trocar de estratégia no meio do jogo sempre dava merda.

Como eu não era bobo de ficar batendo de frente com o clone do Fábio Assunção, deixava sempre Bunitu se resolver primeiro.

A Loira tinha adorado ele, então eu parti para outra.

Uma moreninha bonitinha e baixinha.

Deixa eu esclarecer uma coisa:
“Bonitinha” não é apelido de mulher feia arrumadinha.
Feia arrumadinha é feia arrumadinha.

Em 15 minutos Bunitu já escorava a Loira no canto.

E eu dançando com a morena.
Demorou um pouco, mas ficamos também.

Equipe brother perfeita! Legal!

Na época tinha um estilo de dança.
“New Wave” era como a gente chamava.
Geralmente começava quando o DJ tocava:

Dancing With Myself, do Billy Idol:


Rolava um frenesi danado e algumas pessoas corajosas iam para o meio da pista se enfrentar com umas coreografias muito loucas.
Qualquer um podia desafiar e dançar.
Era quase um ritual tribal.

Alguém se lembra?
Desconfio que isso era coisa só da minha cidade.

Enfim...

Quem vocês acham que era dançarino de New Wave?

Esse mesmo que vos fala.
Isso quando eu tinha dois pulmões.
Largava qualquer coisa que estivesse fazendo para dançar.

Quando o DJ largou o Billy eu me catapultei para o meio da pista.

Chamei a Moreninha, mas ela recusou.

A Loira, animada, largou Bunitu no sofá e veio dançar comigo.

Ela dançava New Wave também e muito bem.
Abriu uma roda só para gente.

Chegou uma hora que cruzamos os pulsos, demos as mãos e começamos a rodar igual um carrossel, muito rápido.

Frenéticos.

A Loira combinava mais comigo.

Aquela coisa do mundo todo rodando...
Mais o álcool...

A gente estava se divertindo tanto...

Mas tanto...

Quando a giratória diminuiu a gente se beijou ingenuamente.
Xiii...

“Furada de olho”, o nome disso.

Na mesma hora Bunitu pegou a Moreninha pela mão e foi para pista de dança.
Puto!

E fizeram a mesma coisa. Começaram a rodar.

Muito mais rápidos do que a gente.

Afinal, a Moreninha era baixinha. Leve!

Mais rápido!

A Moreninha baixinha quase não tocava os pés no chão.

Mais rápido!

Os dois rodavam tão rápidos que todo mundo parou e ficou olhando.

Mais rápido!

Essa manobra é perigosa, você tem que ir parando aos poucos para não perder o equilíbrio e cair.

Mas eles não estavam nem aí, e a Moreninha estava voando na pista...

Literalmente voando.


Mermão...

As mãos dos dois se soltaram...

VUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU!

A Mulher foi parar lá na puta que pariu, na mesa do do DJ.

BUMMMMMMMMMMMMMMMMMMMM!


(Não ri não que machucou!)

Parou a música.

Todo mundo correu para socorrer a coitada.

Única vez que eu vi os olhos do Bunitu mudarem de cor.
Estavam brancos de pavor.

A mulher se ralou toda e bateu com a cabeça.

Saiu amparada pelas amigas em direção ao banheiro.
Tentamos ajudar, mas elas rosnaram para gente.
- “Deixa!”

Bunitu desesperado nem conseguia chegar perto:
- Me desculpa! Me desculpa!

Rolou uma revolta insana contra a gente e os seguranças vieram conversar:
- “Acho melhor vocês irem embora!”

Fomos sem graça.

Bunitu encostou no carro inconformado.

- “Porra Angelo! Quase matei a mulher!”
- Calma cara, foi sem querer. Acontece!
-“Culpa sua!”
- Minha? 
- "Cada um com o seu par e não vale trocar." Lembra?
- Mas foi sem querer, foi só um...
- "Eu não ligo não! Por mim...Mas pegar a amiga na frente da mulher..."
- Cara...
- "Botar chifre na caraça assim, foi escroto!"
- Bunitu!
- " O que?"
- Foi você que arremessou a mulher para longe igual o incrível Hulk. Eu coloquei um chifre na mulher, num foi asa não.

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Angelo Morse
contatos: angelomorse@gmail.com ou pelo cel: 21 8483-2237