-
“Angelo!”
Saca
aquele tipo de pessoa que frequenta sempre o mesmo bar?
-
“Angelo!”
Até
vai a outros, mas necessita ter sempre um bar cativo ?
-
“Angelo!”
Sou
desses!
Sei
lá, sabe aquela coisa do chegar, e só pelo olhar o garçom já saber exatamente
o que você quer, saca?
-
“Angelo!”
Existem
pessoas que passam a vida à procura desse tipo de ligação com alguém, seja com
os pais, com os amigos ou até mesmo com quem divide a cama.
-
“Angelo!”
Segundo
Freud, o fato de...
-
“ANGELO !”
-
Que susto, Guerrero!
-
“Tá falando sozinho, maluco?”
-
Não, estou falando sozinho, estou falando...Deixa para lá!
-
“Olha só! Não começa de maluquice, porque a parada é séria.
-
Estou sabendo! Garçon! Mais um copo, por favor!
-
“As mulheres estão no papo, não vai estragar!”
-
Fica tranquilo!
-
“Recapitulando: a loira é medalha de ouro em espetaculosidade, mas é minha! A amiga que ela vai trazer, é sua.”
-
Eu já entendi.
-
“É bom deixar bem explicado, porque eu te conheço!”
-
Mas vem cá, você já explicou essa regra para elas?
- Eu estou trabalhando nessa mulher há dois meses e já está tudo certo. Agora... A amiga vai depender do seu talento, garoto. Mas você sabe? é mole!
Guerrero
era um daqueles caras que acham que não existe mulher difícil, apenas, mal
cantada.
Por
conta disso ele dava em cima de todos os seres com vagina da galáxia, secretárias
eletrônicas e manequins de loja.
Confesso
que eu sempre o admirei por tamanha determinação, mas com o tempo, comecei
achar esse comportamento um pouco chato e cansativo.
É
que nem sempre, quando eu estava com ele, tinha disposição para parecer interessante e charmoso.
Tem
vezes que a gente só quer sentar no bar, bater um papo e ver gente bonita
passar, para lá e para cá. Só
isso!
As
mulheres fazem isso muito bem, há anos.
Mas
homem tem uma necessidade de auto-afirmarção primitiva, infantil e quase
esquizofrênica.
Em
qualquer idade.
E
para Guerrero, a vida era um campo de batalha cuja vitória só se concretizava
quando uma mulher estava em sua boca.
Só
faltava ele sacudir a vítima para um lado e para o outro, feito um Tiranossauro
Rex.
-
Você conhece essa mulher da onde?
-
“Ela vende Avon lá no trabalho.”
-
E a amiga?
-
“A amiga é Mística, não tenho a mínima idéia de como ela é!”
Mística
é um personagem do X Men com o poder de se transformar em qualquer pessoa, isso
queria dizer que eu deveria estar preparado para tudo.
De
Sininho a Capitão Gancho, passando pelo Crocodilo com o relógio no estômago.
-
Porra, Guerrero!
-
“Se liga! As presas estão vindo encontrar com a gente já sabendo da intenção
luxuriosa da nossa parte. Se você quiser pegar a mulher, você pega, se não o
problema é teu, só preciso que você harmonize o ambiente.”
-
Está achando que eu sou Feng Shui?
-
“Olha elas ali, se comporta!”
-
Quer que eu enfie um incenso no ouvido?
-
Cala a boca!
Mermão,
a Mística era uma mulher normal e agradável de olhar.
Mas
a vendedora da Avon era ...Nababesca!
Paralisou
todos os músculos dos machos do bar.
Ela
tinha um corpo violinístico, parecia uma princesa! Tinha olhos cinzas
flamejantes, umas pernas bronzeadas e bem torneadas, seios rígidos e protuberantes,
o pé combinava com o calcanhar, um sorriso hipnotizador e uma bun...
Desculpe.
Na
verdade estou me perdendo por que essa história nem é sobre ela.
Voltando
ao assunto:
As
meninas eram legais, o chope foi descendo e a gente ficando alto.
Papo
vai, beijo vem...
-
“E agora? Vamos para outro lugarzinho?”
Insinuou Guerrero com uma cara de Calígula.
No
mesmo minuto, a Mulher da Avon atirou-se em frente a um táxi, puxou Guerrero
para dentro e sentenciou:
-
“Hoje você é meu!”
Deu
tesão e medo. Igual eu sentia quando via a Lúcia Veríssimo.
-
“Então, tá, né?”
Disse
Guerrero, com o sorriso V de vingança, me dando tchauzinho.
Nunca
mais ele apareceu.
Mentira,
apareceu sim.
Mas
essa história também não é sobre ele.
Ao meu lado, no meio da rua, Mística estava menos atirada que a amiga:
-
“Pessoas animadas, né?”
-
Muito!
-
Bom, mas e a gente? Vamos fazer o que?
Ingenuamente
passei a bola para ela em vez de chamar um táxi e seguir o mesmo destino do Guerrero.
-
A gente podia tomar uma saidera na minha casa. Topa?
Cesta
de três pontos.
-
Ué... Pode ser.
Ereção.
-
“Mas olha, eu preciso que você seja discreto.”
-
Se tem uma coisa que eu sou na vida é discreto.
Discreto
como um avestruz no cio com um sino no rabo.
-
“É que eu não levo qualquer um para lá, sabe?”
Maturidade,
maturidade...
-
Faz você muito bem! É perigoso mesmo! Hoje em dia o que não falta é homem
aproveitador, tarado, estuprador, psicopata...
Senti
que exagerei e que estava atirando no próprio pé.
- ...É melhor a gente levar cerveja, né?
-
“Tem bebida lá.”
Lateja
a pélvis.
Mística
morava sozinha a apenas cinco quarteirões do bar.
Nessas
horas eu era muito religioso
“Obrigado
meu Deus por mais essa glória...”
O
coração já estava batendo igual Carlinhos Brown na lata.
-
“Pronto, chegamos!”
Botou
a mão na maçaneta e brecou:
-
“...Antes de mais nada, eu preciso te falar uma coisa.
Pronto,
lá vem o Conta Uma...
-
O que?
-
“Vou te apresentar uma pessoa, mas ela é um pouco ciumenta.”
Ô,
ô...
-
Ué, você não mora sozinha?
-
“Não.”
-
Mora com quem?
Por mais incrível que pareça, essa história não é sobre Mística também.
Quando
ela abriu a porta da sala, dei de cara com a seguinte cena:
Um
russo gigante, largadão nas almofadas, embaixo de quatro ventiladores, com as
pernas abertas, lambendo seu ânus.
Essa história é sobre ele.
-
“Cadê o namorado da mamãe?! Cadê o namorado da mamãe?!”
Um
Husky Siberiano cinza com olhos azuis, igual um lobo.
-
“Vem Lobo!”
O
cão veio babando com a boca escancarada como se a mulher fosse um rosbife, malandro.
Mermão,
só a linguada que ele deu na cara dela me deixou acuado.
Afinal
ele tinha acabado de lamber o cu, faça-me o favor!
Confesso
que não faço o tipo: Apaixonado por cachorro.
Eu
até acho interessante essa coisa deles mastigarem as próprias bolas.
Sei
lá, eu penso que na vida, poderia se útil...
Numa
fila de banco enquanto espera ser atendido.
Ou
numa sala de aula. No elevador.
Para
passar o tempo, sabe?
Enfim.
O
que eu não gosto dos cachorros é essa necessidade que eles têm de ficar pulando
em cima da gente, cheirando tudo e latindo.
-
“Ele num é lindo!"
-
Muito lindo.
E era
mesmo.
Fiz
um carinho no cão como quem faz num moleque cabeçudo.
Ele
não gostou muito.
-
“RUF!”
-
“Lobo!”
- Opa!
-
“Num disse que ele é ciumento?”
-
Se você fosse minha dona, eu também seria.
Amanteiguei estilo Wando.
Fui
dar um beijinho nela...
-
“RUF!”
Ele
me empurrou e deu uma abocanhada no ar, onde estava minha mão, saca? Numa
artimanha canina...
-
“Pode deixar, que ele não morde, não.”
Odeio
quem fala isso.
A
arcada do cão deve ter uns quatrocentos dentes.
Claro
que ele morde. É só querer.
-
“RUF!”
-
“Pára! Lobo!”
-
“RUF!”
-
Ele foi treinado pelo seu pai ou pelo seu ex-namorado?
-
“Bobo!”
Macho
é macho em qualquer espécie. (Profundo isso...)
Percebi
que ele estava apenas defendendo o território.
A
casa escura, pequena e com móveis de madeira, parecia uma toca.
-
“Você prefere um vinho?”
-
Aceito sim.
Quando
ela saiu me peguei discutindo com o Lobo:
-
Qual é Lobo? Vai me atrasar? Presta atenção! Eu vou transar com a sua dona e você não vai me
atrapalhar, está entendendo?
Ele
rangeu a mandíbula, baixinho, quase imperceptível:
Grrrrrrrrr...
-
Nem que eu tenha que mijar a porra do chão da casa inteira.
Grrrrrrrrr...
-
Nem que eu tenha que lutar com você até a morte.
Grrrrrrrrr...
-
Nem que eu...
-
“Está falando sozinho, Angelo?”
-
Reparei que os olhos dele mudam de cor, né?
-
“Sim, de acordo com o tempo.”
-
Que maneiro! Igual àquele galo português.
-
“Rsrsrsrs...Mais ou menos.”
-
Grrrrrrrrr...
Ela
veio com duas taças daquele vinho de garrafa azul, lembra?
Ibrahimovic...Mitsuplic...Era
um vinho famoso que todo mundo bebia, mas hoje sabemos ser de qualidade
duvidosa, assim como todos da minha época...Como era mesmo o nome?...
Liebfraumilch!
Lembrei junto com o Google.
Peguei
uma taça e sentei no sofá.
Lobo
pulou e se posicionou ao meu lado como se fosse meu amigo.
Mas
não é o Lobo que é o melhor amigo do homem, é?
Mística
sentou e o Husky ficou bem no meio da gente.
Batendo,
sorrateiramente com a cauda das minhas costas.
Como
quem diz: “Vamos ver quem ganha essa, mané!”
-
“Deixa eu dar uma atençãozinha para ele”
A
forma kamasutriana como ela rolava e fazia carinho no cachorro me incomodava.
-
“Quem é o namorado da mamãe?”
Isso
também.
O
fato é que ele já tinha tido mais contato nas partes íntimas do que eu.
Eu
sei que é maluquice, mas ele me olhava de rabo de olho. Rindo.
A
casa, muito pequena para se criar um animal daquele porte, fedia a cachorro.
Fedia mesmo!
-
Bom, pelo visto, perdi a Chapeuzinho para o Lobo, né?
Com sorriso
amarelo.
-
“Ahhhhhh...Que nada! Vem cá.”
“RUF”
-
Acho que você vai ter que prendê-lo.
Mermão,
o cachorro foi para área de serviço como quem vai para a câmara de gás.
“Au,
au, au, au, au, au, au, au, au, au, au, au, au, au, au...”
E
o tempo que a gente passou no quarto, o cachorro ficou chorando.
Impossível
ter um desempenho satisfatório assim.
Dava
para sentir que a mulher estava sofrendo, saca?
Enfim...Dormimos.
-
“Amanhã de manhã eu te recompenso.”
Acordei
de manhã com a língua dela em minha orelha, passando as unhas nas minhas costas,
rolando o pênis duro na minha perna...
O
que?
-
Lobo, seu filho da puta!
Dei
um salto da cama e uma chute no cachorro que ele voou longe.
“Caim,
caim, caim, caim...”
-
“Han, han? O que foi?!”
- O que foi, é que seu cachorro estava me molestando, porra!
-
Ah! Angelo, ele só estava acordando a gente.
Se
era assim que ela acordava todos os dias, estava tudo explicado.
Cara,
nessa hora, com o os raios de sol adentrando pela casa, deu para ver os milhões
de pêlos e ácaros flutuando pelo ar.
O
cheiro do cachorro impregnado no ambiente.
Comecei
a espirrar. Crise alérgica mesmo.
-
Vou embora!
-
“Que isso, menino! Deixa de bobeira.”
- Tchau.
Cadê
minhas roupas?
O
desgraçado do Lobo tinha feito um ninho com elas e mastigado um pé do meu
sapato.
Parti
para cima, mas ele se escondeu. Eu
ia matar.
Vesti
o que sobrou das minhas coisas e fui embora passando mal.
Na
verdade eu espirro até hoje.
E
no meu telefone tinha uma mensagem do Guerrero:
-
“E aí? Transou com a gata?”
R:
Não. Com o cachorro.
Até hoje sou traumatizado.
NOTA: Se a Coca-Cola ainda faz propaganda,
quem sou eu para não fazer, né?
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Divulgue para os amigos e inimigos, comente no blog se conseguir, envie o C.U por e-mail, Twitter, por SMS, tatue-o na bunda, grite pela rua, sei lá...
Ah! E tem também minha FANPAGE.
Preciso dar mais atenção para ela.
"...Amanteiguei estilo Wando...", muito bom!!!
ResponderExcluirEstá cada vez mais afiado, parabéns.
Muito obrigado.
ExcluirEu vou mudar de blog, só para resolver essa questão dos comentários, enquanto isso. Assine o anônimo quando quiser..rs
Abraço!
O lobo " rolando o penis duro na pantera , só contando uma mesmo !!! KKKKKKKKKKKK ....
Excluirmto bom...adorei!
ResponderExcluirQue situação!!! Muito boa mesmo, parabéns!!!
ResponderExcluir