terça-feira, 5 de junho de 2012

Sapa Cone



Como mencionei anteriormente, a boate era um local imponente.

Construída para receber milhares de pessoas por dia.

A bebida era ridiculamente mais barata do que a bala.

O cigarro valia muito mais do que as mulheres.

Os homens valiam muito menos do que diziam.

A mulambada incandecia e a playbozada ardia.

No vulcão, sexofunk que despertava a periferia.

- “Gerente!”
- Pois não!
- “Tem um casal metendo no lixo.”

Minha área de atuação era ao lado de fora da casa.
No gigantesco estacionamento entre centenas de carros...
Ficava longe do som estupidamente alto, em contrapartida, perto demais dos problemas altamente estúpidos.

- Metendo o que no lixo?
- “O que você acha patrão?”

(Eu acho que um casal psicopata está metendo um cadáver dentro do container de lixo!)

- “Estão transando no lixo!”

A hipótese do casal psicopata fazia muito mais sentido para mim.

- Impossível!

Era uma montanha de lixo. Com ratos, baratas e objetos cortantes que só seriam retirados pela manhã.

Ainda sem acreditar, subi a escadinha que dava para a parte de cima e vi os dois pombinhos fazendo amor lá embaixo.

Pombo é um bicho nojento mesmo, né?

A mulher na frente com as mãos apoiadas no limpíssimo container, e o homem atrás envolvido em seus “movimentos peristálticos” se equilibrando para não cair no chorume.

Por isso, tomei cuidado para chamá-los bem baixinho:
- ÔOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO!

Minha voz é bonita, grossa, aveludada e bastante potente.

Os dois se assustaram e se afundaram no lixo movediço.

- Meus queridos! Medo de pegar AIDS nós já sabemos que casal destemido não possui, mas nesse ambiente, vocês também correm o risco de contrair Peste bubônica, Câncer, Pneumonia, Raiva, Rubéola, Tuberculose e Anemia.

(E o pulso, ainda pulsa.)

Enquanto a menina ajeitava o que ela supunha ser um vestido, o cidadão “desasseado” veio em minha direção com a mão boba esticada para me pedir desculpas.

- Mermão, se encostar em mim, dar-te-ei um safanão que vais parar lá no Trópico de Capricórnio.

- “Gerente, gerente! Tem uma mulher metendo na outra aqui no meio do estacionamento!”
- Estão transando?
- “Não, metendo a porrada mesmo!”

E esse era a único tipo de confusão que os seguranças não apartavam de forma alguma.

Por muito pouco não jogavam mel e se masturbavam.

Briga de mulher é feia e cheia de unhadas.

Parecia o Wolverine versus Edward Mãos de Tesoura:

Fora os sapatos bumerangue que se pegassem na têmpora...

- “A senhorita está achando que vai introduzir um chifre no meu orifício anal?”
- “Sua filha de uma progenitora desqualificada!”
- “É você que sempre tenta surrupiar quem me digere”.

Claro que o palavreado não era esse, mas eu quis poupá-los!

O vernáculo da discussão alcançava níveis tão baixos que nem eu tenho capacidade de reproduzir.

Ter eu tenho, mas é desnecessário.

O que importa é que as duas gostosas já estavam descabeladas, sangrando e seminuas.

E ninguém se metia.

Além de eu não ser insano de atrapalhar o show porraderótico, nunca me arriscaria a levar uma unhada na cara por conta de uma briga de piranhas.

Mas em algum momento aquele circo teria que fim.

Foi quando...
O céu sobre nós foi coberto por nuvens negras e carregadas.
A temperatura caiu tão bruscamente que se não me falha a memória, pedras de granizo tilintavam nos vidros dos carros.
O chão começou a estremecer.
E uma voz muito mais potente que a minha, rasgou o silêncio de forma apocalíptica.

Parecia a voz do Optmis Prime, puto:

- “VAMOS PARAR DE GALINHAGEM, PORRA!!!!!!!!!!!!!!!”

Todo mundo parou e olhou assim arregalado...

Os cús travaram de uma vez só em lá sustenido.

A figura usava boné, calça preta arriada, tênis branco e sutiã.

Era do sexo feminino, mas eu não estava certo se era uma mulher.

A maioria das brigas da boate era por causa de ciúmes e traição.
E essa não era diferente.
Eram duas mulheres lutando pelo amor de um sapatão.

Eu moro no planeta Terra e não sou daquelas pessoas equivocadas que acham que o homossexualismo não é coisa normal.

O que estava para acontecer é que não era.

Após o esporro titânico que chegou abrir um clarão entre nós e ela, a sapa cuspiu, virou para o lado abaixou as calças e começou a mijar...

EM PÉ!

Meu funcionário sussurrou embasbacado assim como todos:

- “Gerente..Você que sabe de tudo...A mulher está mijando em pé?”

Arqueei a sobrancelha esquerda e dei um zoom de 300%.

- Claro que não! Ela deve estar com um daqueles cones.
- “Que cones?
- Uns cones aí que inventaram para mulher mijar em pé...”

Única explicação aceitável.

Só que não havia nada na mão dela.

Sim, a mulher mijou em pé.

Ela deve ter arrumado uma tática com os dedos, tipo aquela que a gente faz para água da mangueira ficar mais forte.
Sei lá...

Mermão, eu sei que a Sapa Cone terminou, suspendeu a calça, ajeitou sei lá o quê e veio andando em direção ao carro estacionado perto da gente.

Todo mundo abriu espaço.

Única vez que vi o pessoal ser tão educado.
Ela se dirigiu a mim:

- “Você que é o gerente?”
Puta merda...Brigar com sapatão é foda, porque se você bater, bateu em mulher e se apanhar, apanhou de mulher.

E daquela eu ia apanhar.

Sabe quando você tem que tossir antes para começar a falar.
Deixei a sobrancelha arqueada como se fosse uma naja.

- Sim, sou eu.
- “O senhor me desculpe por essa palhaçada!”
- Tudo bem.
- “Quebraram algum carro? Eu pago!”
- Não.
- “Menos mal.”

Sapa Cone abriu a porta e fez um sinal com a cabeça para as duas. Como se fossem labradores treinados.

As mulheres que tentavam esconder o que a baixaria anterior insistia em mostrar, entraram no carro sem dar um pio.
E foram embora todas juntas.

Quando o carro arrancou, o barulho do destrave anal coletivo foi palpável.

PLOC!

Aí, na boa...Sapa Cone era sinistra.


http://www.youtube.com/watch?v=vIvhZ5PnUnQ

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Mas tem que me ligar e falar a frase: "A vida é mais inverossímil que a ficção!"
Concurso não válidos para parentes.

7 comentários:

  1. Fenomenal... mas se vc puxar da memória devem ter mais histórias daquele estacionamento!!!!

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  2. "Sapa Cone" hahaha só lendo o post inteiro para entender o titulo. Angelo, medo dessa musica do link no final =S kkkkkkkkk ah, e mais uma vez, Parabéns!!!!

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  3. Angelo, esta é incrível, fenomenal. Ri sem parar. Essa eu ñ conhecia, mas as que conheço tb competem com essa. Ainda tem muito que contauma. Parabéns! Vc é incrível! Andrea

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  4. Ellen quando era pequenininha também fazia xixi de pé. Acho que ela tinha o "escape" voltado um pouco pra cima.
    P.S: A Ana vai me matar por isso...

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  5. Maravilhoso ..como sempre, espero a próxima CU.

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