Nunca na minha vida consegui vencer uma partida do WAR.
Mas teve uma vez que eu ia ganhar.
Após três horas de jogo, cheio de estratégia...
Sempre gostei de jogar com o exército preto.
Gosto da cor preta.
E dessa vez, finalmente eu ia vencer, só estava esperando minha vez de jogar.
Joguei os dados, mas nem precisava do resultado.
Ia ganhar.
De repente minha namorada pega o tabuleiro e joga tudo pra cima.
Foi pecinha pra todo o que era lado.
Caralho!
Lembra das pecinhas do WAR?
Após alguns segundo enfartando, olhei para louca:
-Tá maluca Luciana?
- “Meu nome não é Luciana!”
E começou a rir sinistramente.
Luciana dizia que era espiritualizada.
Leia-se macumbeira.
Eu não tenho religião, mas também não tenho nada contra a religião dos outros.
Até tenho, mas não vem ao caso.
Nem vou levantar aqui questões sobre o que é ou o que não é verdade.
Para a história não faz menor diferença.
E além do mais, eu sei lá o que é verdade!
Alguém sabe?
Eu só tenho duas questões, simples:
Eu não quero falar com gente morta!
Eu não quero que gente morta fale comigo.
- Ah! Você não é Luciana, não? Você é quem, então?
- “Você sabe quem sou eu, Perna de calça.”
Perna de calça?
E a mulher começou a correr pela casa.
Olha a minha cara de caça fantasma para ficar correndo atrás de espírito?
Luciana era zen, maluca, filhinha de papai, hippie e bebia para caralho.
De manhã, acordava as seis, fazia yoga, mantinha um jejum maluco que só podia comer arroz integral e mais nada.
Depois ficava meditando.
Ouvindo Kitaro.
Saca Kitaro?
De noite, ela matava a larica com Big Mac e sorvete de flocos.
Juro.
Ela era mais velha do que eu, então essas maluquices tinham até um charme para mim.
Eu era novo, curtia.
O problema foi quando ela cismou em entrar para a macumba.
Puta que pariu...
No primeiro dia que ela foi para macumba, já voltou com filiação:
- “Descobri que sou filha de “Fulano” com “Beltrana”.
Nem vou falar os nomes das entidades.
- “E você com certeza é filho de “Sicrano”
- Luciana...
- “Da próxima vez você vem comigo. Vai ter saída de santo.”
- Luciana...
- “Tem bebida!
Eu não dou nem gole do meu copo pro santo.
Quanto mais beber junto com ele!
- “Tem comida pra caramba”
Não quero gente jogando pipoca em cima de mim!
- “Tem música!”
Toca Raul?
Aspas:
Se com esses argumentos, ela não me convenceu a ir,
imagina minha ex namorada evangélica tentando me converter?
- Luciana! Puta que pariu! Eu não vou na macumba!
-“Você é muito bobo! Fique sabendo que é muito bonito!
- Legal.
- “E é cultura afro!”
Apelou.
- Luciana, vou te explicar uma coisa:
- Tem Pombagira, não tem?
- “Tem, mas..."
- Eu tenho medo de Pombagira, pronto!
- “Não dá pra conversar com você mesmo!”.
E ela foi todas às vezes sozinha.
Sozinha, não! Ia sempre com duas amigas que eram raspadas no santo.
Se ela ficasse na dela, curtindo a religião dela igual uma porrada de gente que eu conheço, beleza! Por mim.
Mas o fato é ela entrou numa...
Toda vez que ela bebia, baixava um espírito.
Aí é foda, né?
Discutir com mulher já é um saco.
Discutir com a mulher e o espírito da mulher então...
Começamos a brigar direto.
Qualquer relação que os dois ficam sempre brigando, já acabou!
Quando ela percebeu que estava vacilando muito, parou com isso.
Até a porra desse dia do jogo de WAR.
A casa era de um amigo meu e a mulher do cara ficou tocando nesses assuntos a noite toda.
Instigando.
A bebida do evento era caipirinha e a comida era...Nada!
Éramos seis.
Cinco pessoas tentando pegar a porra da mulher virada no samurai.
- Luciana, aqui não é o lugar...
- “Meu nome não é esse...”
- Tá, tudo bem! Qual é o seu nome então?
Tinha que começar uma conversa, né?
- “É Mariazinha...não sei das quantas.”
Não lembro o nome direito.
- “Meu Cavalo gosta muito de Xunxê!”
E riu, de novo, de uma forma muito sinistra.
Pelo jeito dela falar, a mulher do meu amigo chegou ao consenso que estávamos falando com uma criança.
Tá!
Aí! Meu amigo, o dono da casa, me manda essa:
- “Angelo, se ela quebrar alguma peça daquela cristaleira minha mãe vai virar o Capeta”
Interessante colocação.
O que a porra da mulher fez?
Foi pular o sofá, esbarrou na prateleira e sem querer quebrou duas taças de cristal da mãe do cara.
Dava para ver de longe que as taças eram caras.
Após fazer a merda, ela arregalou os olhos assim e olhou pra mim...
Eu conhecia aquele olhar.
Já estava muito puto por conta do jogo.
Aquilo foi o ponto final.
- Mariazinha, agora você se fudeu!
Voei em cima dela, botei no meu colo e dei muita palmada na bunda.
Até a porra do porre subir.
Quando ela viu que não tinha mais jeito.
Desmaiou.
O outro casal estava apavorado.
Espremidos na cortina igual risole de rodoviária, saca?
- “E agora?”
- Pede um táxi pra mim por favor.
Carreguei a louca até o carro e joguei no banco igual um cadáver.
O taxista nem falou nada.
Ela só foi acordar no meio do caminho, com a cara mais sonsa do planeta.
- “O que houve?”
- Não houve nada, você desmaiou!
- “Assim, do nada?”
- Bebendo de estômago vazio, né Luciana? Dá nisso?
- “Gente...E o jogo?”
- Paramos de jogar.
- “Puxa foi mal.”
- Tudo bem.
- Sabe qual era o meu objetivo?
- Hum?
- Destruir o exército preto.
Terminei o namoro.
A verdade é que a namorada evangélica era bem mais light....
ResponderExcluirHa..Muito mais light.
ResponderExcluirMinha mãe amava uma e odiava a outra.
Se livrou da macumbeira e arrumou uma cunhada que vem visitar sua esposa de noite!! :P
ResponderExcluirPode visitar quem quiser, desde que naõ fale comigo.
Excluir..e ela esta ate hj querendo saber pq chegou em casa com a bunda vermelha...rs..
ResponderExcluirQuando ela olhou pra mim, reconheci os olhos dela.
ResponderExcluirEla sabe sim, sabe sim...HA
Adoreiiiiiiiiiiiiiii ! Eu queria ter visto a sua cara conversando com a entidade ! kkkkkkkkkkk
ResponderExcluirSou puta e macumbeira. Acabei com a ex do meu namorado. Quem quiser contratar segue o contato 51 993306763 carol
ResponderExcluirCarol_rispoli@Hotmail.com